quinta-feira, 3 de abril de 2008

Explorar o potencial das PESSOAS!

Olá fantasmas e espíritos desocupados que estão ainda na árdua missão de ler os míseros textos que aqui eu coloco a cada eclipse lunar.

Realmente o tempo está cada vez mais-menor-de-pequeno nas nossas vidas, quando éramos crianças uma semana era uma "ERA", ok piada totalmente infame, mas foi o melhor que consegui para o momento!

Bem, pegando o gancho sobre o tempo curto das pessoas da vida moderna-contemporânea-atual-realista-presencial-salve-salve-três-vezes, vou contar uma que aconteceu a uns 50 anos mais ou menos, na grande megalópole Afogados da Ingazeira - PE, você não conhece??????????? Como assim??????? Se não fosse Recife, Afogados seria a super-híper-mega-plus-bam-bam-bam-ultra-blaster capital de Pernambuco. Você está precisando rever seus conceitos de geografia, até 1980 ela não estava no mapa, porque era muito grande, então resolveram o problema diminuindo a cidade. Entendeu, pesquise e você vai entender o porque do nome.

Antes de começar quero dizer, ou melhor, escrever que todas as histórias aqui são baseadas em fatos reais acontecidos, os nomes são alterados e/ou ocultos para preservar a amizade! Se é que vocês me entendem.

Então vamos nos ambientar:

Sertão Pernambucano década de 1950 ou década de 50, como preferir!

Seca, fome, falta d'agua, vida dura, pouco trabalho.

Então o peão resolve ir de propriedade em propriedade pedindo emprego, trabalho, serviço, ocupação, passa tempo ou coisa que renda algum no fim do dia.
Resolve ir então na fazenda de Seu Mano, proprietário bom, patrão legal, e que não irria negar uma ajuda para um peão desempregado, aperreiado e com 5 filhos, tinha casado a pouco tempo e não tinha dado tempo de fazer a cria toda ainda, já que a meta de qualquer sertanejo nesta época era de pelo menos uns 8.

Chega para Seu Mano e conta a seguinte história:

"Seu Mano, a coisa tá difícil, os meninos tão sem nada para comer, são 5 tem mais um no bucho e preciso arranjar alguma coisa para por na mesa, pois já viu né? Tem algo para eu fazer para poder sair no fim do dia com alguma coisa no bolso e se possível nas mãos?" (o sotaque regional aqui foi dispensado)

Seu Mano, Tio Avô de minha Mãe então responde:

"Claro, vamos ver o que conseguimos fazer!"

Então se desenrola o seguinte debate:

Seu Mano: "JORGE!!!!! Pega este peão aqui e leva para arrumar as cerca das vaca que quebrou e tem que ficar pronta inté quando elas voltar do pasto!"

Peão Desempregado: "IIHHH Seu Mano, não dô muito para este trabalho não..."

Seu Mano: "JORGE!!!!! Então leva este cabra para carpinar atrás do paiol que lá vai virar roça de feijão!" - já meio desconfiado das intenções do rapaz.

Peão Desempregado: "IIHHH Seu Mano, não dô muito para este trabalho também não..."

Seu Mano: "JORGE!!!!! Faz o seguinte, pega este traste e leva para o curral, temo que marcar aquelas vaca nova que foram comprada na feira no domingo!"

Peão Desempregado: "IIHHH Seu Mano, não dô muito para este trabalho também não, sabe como é né?"

Seu Mano: "JORGE!!!!! Então leva este miserável para colocar as ferraduras nos cavalos que de tarde temo que ir na cidade com eles para levar a produção de rapa-dura para ser vendida!" - já meio contrariado com o peão e virando os olhos.

Peão Desempregado: "IIHHH Seu Mano, não dô muito para este trabalho também não..."

Seu Mano: "JORGE!!!!! Então faz o seguinte, leva este imprestável para..."

Nisto grita a esposa de Seu Mano, Dona Maricota, da cozinha:

Dona Maricota: "Mano, oh Mano, tras logo os peãos que a comida tá na mesa e precisamos terminar que ainda tem que levar comida para o povo que tá na roça..." - bem sútil como o som de uma guitarra numa apresentação de rock.

Seu Mano então vira para o Peão Desempregado e diz:

Seu Mano: "Vamos comer cabra, depois do almoço a gente arruma alguma coisa para você!"

Peão Desempregado: "NOSSA SEU MANO! Para este trabalho eu dou é MUITO!!!"

Moral da história: Aproveite o que as pessoas tem de melhor, pessoas certas nas funções certas é certeza de sucesso na empresa, Seu Mano era um super empreendedor e nem sabia, mas aprendeu na prática e na marra.

Valeu a todos!